O dia da Visibilidade Trans simboliza a luta de pessoas trans e travestis pela busca de direitos e reconhecimento de suas identidades. Inclusão social, trabalho digno e o fim da transfobia são algumas das reivindicações, que ganham ainda mais força e destaque no dia 29 de janeiro.

Infelizmente, há mais de 13 anos o Brasil está no topo da lista dos países que mais mata pessoas trans no mundo. Segundo levantamento realizado pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), em cada 10 homicídios contra trans no mundo, quatro ocorreram no Brasil.  É preciso combater a violência. Para isso, é fundamental a promoção de ações concretas para garantir os direitos fundamentais deste grupo, como o direito ao trabalho digno.

Para nós da Medral, falar sobre inclusão e diversidade é tratar sobre igualdade de oportunidades para todos. Valorizamos as diferenças e queremos ser reconhecidos por isso. “Um de nossos objetivos é ter refletido em nossa empresa o retrato da diversidade da sociedade brasileira”, explica Fabrício Gonzalez, presidente executivo da Medral, “valorizamos a competência, o indivíduo, independente das diferenças”. E é por isso que falar sobre Diversidade e inclusão é tratar sobre igualdade de oportunidades para todos.

Há mais de três anos assumimos o compromisso de praticar a inclusão. Com o Programa Di Verdade a Medral vem desenvolvendo ações estruturantes como a formação da Liderança Inclusiva, o projeto Jovem Aprendiz exclusivo para mulheres (2022) e um processo de recrutamento e seleção que tem a diversidade como um dos requisitos prioritários. Hoje temos entre os nossos colaboradores um número cada vez maior de pessoas diversas, como Rhayo Nunes, 24 anos, homem trans, e Maria Júlia, mulher trans com 25 anos, que atuam em nossa unidade na Vila Guilherme (SP).

“Tenho orgulho de fazer parte desse momento de transformação que a Medral vive”, comemora Ataniel Soares, gestor da primeira unidade da empresa a contratar pessoas trans. “Precisamos vencer os desafios da inclusão, ainda mais nesse meio que é predominantemente masculino. Fiquei positivamente surpreso na forma como o time abraçou a chegada desses dois novos colaboradores”. O recado de Ataniel para líderes e empresas é “ter mais empatia: a diferença de gênero não implica em menos capacidade para o trabalho”.

Enfrentar os desafios diários faz parte da rotina de Maria Júlia e Rhayo. Um exemplo é o uso do pronome correto, que corresponde ao gênero com o qual a pessoa se identifica, não ao sexo que lhe foi atribuído no nascimento. “Essa questão é tão básica, é um direito que deve ser respeitado”, comenta Rhayo, assistente administrativo SESMT. Para ambos é preciso vencer a maldade das pessoas, Maria Júlia conta que quando morava no interior o do Piauí, sentia uma crítica muito grande, “sou feminina desde criança, só me senti segura para viver a minha transição aos 19 anos”.

Ingressar no mercado formal de trabalho não é simples para as pessoas trans. Rhayo conta que há muito preconceito, “participei de muitos processos de seleção, mas quando chegava na etapa da entrevista presencial, diziam que a vaga já havia sido preenchida. A Medral é a primeira oportunidade que tive”.

Para promover a inclusão de pessoas trans, é preciso aumentar a oferta de trabalho digno. Esse é o caminho que a Medral acredita. “A nossa empresa já nasceu diversa, acredito que a inclusão nos torna melhor. É a diversidade que nos faz fortes”, conclui Fabrício Gonzalez.